Poema

Escrevo sobre as coisas que deixo de falar.
Falo sobre aquilo que não encontro palavras para expressar.
Eu invento.
Mas não minto.
Exagero.
Eu não finjo.
Mas autêntico não sou.
Copio frases e as troco de lugar para tentar representar.
Que as palavras que foram citadas eram minhas.
Mas sempre foram cópias modificadas.
Palavras que já foram ditas...
As reescrevo e alterno sua ordem.
Para causar desordem,
E a impressão que tudo é algo novo e criativo.
Que é algo que nunca foi dito.
E dessa forma me repito.
E me canso.
Sempre releio tudo o que digo em palavras reescritas.
Tentando encontrar algo inovador.
Mas vejo pleonasmos disfarçados em rotineiras poesias.
Que nem poéticas são.
Pois não sei ao menos qual é sua verdadeira definição.
Entre o que é poesia ou não.
Nesta hora eu disfarço.
E falo que foi um simples texto meu.
Algo que me inspirou a escrever.
Mas na verdade tudo estava guardado.
Aguardando a hora de aparecer.
E ser envolvido por palavras que tento compor,
Naquela ordem que não cause desordem.
Que poema seja.
Poético ou não.
Seja palavra escrita e lida.

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