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Na realidade

Bom seria olhar para trás, Nada disso aconteceu. Olhar no coração e ver, Que ninguém me magoou. O meu coração quebrado, Hoje se reconstituiu. E o passado em mim presente, Na verdade não existiu. Mas... Na realidade olho e vejo só saudade, O tempo não arrancou o que eu sinto de verdade. A felicidade não existe, E se existe onde estará? Mostra logo sinto falta. Felicidade onde andarás? Sinto pena de mim mesmo, Sinto pena só de mim, O egoísmo tomou conta, O mundo me fez assim. Às vezes paro e olho para trás, Os meus sonhos de criança, Alegria e esperança, Tudo hoje se acabou. A gente não escolhe, A vida dita as regras. Não temos culpa se somos, O que a própria vida a renega. Mas... Na realidade olho e vejo só saudade, Mas o tempo mostrará o que somos de verdade. A felicidade não existe, E se existe onde estará? Mostra logo sinto falta. Felicidade onde andarás? E mesmo sendo como somos, Podemos recomeçar. E fazer um mundo novo, E a felicidade encontrar.

Travessia

Éramos apenas bons meninos, Meninos já crescidos, Ainda assim, Jovens e despreparados meninos.  Com corações de criança,  Cheios de sonhos, Com pouca esperança.  Desejando da vida um todo, Sem termos por onde iniciar a busca, Por aquilo que nem planejamos. Mas almejamos grandezas, Grades conquistas, Muitas surpresas. Havia um mar de possibilidades, Um barco atracado, E não sabíamos velejar. Cada um com suas perspectivas, Seus muitos medos,  E uma maleta cheia de ousadias. Remamos juntos, Perdemos o rumo, Nos separamos no caminho, Nos desencontramos, Nos perdemos uns dos outros. Alguns desapareceram para sempre. A vida passou, A travessia continuou, Para alguns a vida ainda continua. E nas voltas que o mundo deu, Os reencontros que a vida proporcionou, Percebemos que muita coisa aconteceu. Perdemos o controle, Fomos controlados, Nos desconectamos. Erramos alguns percursos, Descobrimos novos rumos, E agora avaliamos, Se chegamos no destino pretendido. Se conquistamos nossos sonhos, Ou se

Encontro

Estou tempo demais, Sozinho com meus pensamentos.  Tecendo a todo momento,  Um caminho que leva à solidão. Transformando o instante de descanso,  Em lamento e desencanto, Que somente eu posso transpor. Avalio as mudanças que devo compor,  Os comportamentos que devo mudar, Traço um novo caminho, Mas não saio do mesmo lugar. Espero o convite, Recuso o convite, Evito o encontro desejado. Então me mantenho afastado, Daquilo que desejo encontrar.

Onírico

Então eu me perdi... Quis me encontrar em você,  Fui me distanciando de mim. Eu me distraí, Ao me atentar a você,  Acabei me esquecendo de mim. Hoje vago desatento,  Não me olho por dentro,  Não percebo o perigo. E me distancio aos poucos, Da juventude que me envolvia, Dos sonhos que me guiavam,  Das coisas que me davam alegria. Já não bato à porta, Não procuro por novas emoções, Sigo com a pouca esperança, Em chegar ao final de cada dia, Me esquivando da tristeza, Mantendo a mente um tanto sadia. E ao me deitar para dormir, Espero pelo sono que alivia, E me transporta para lugares secretos, Que somente os sonhos podem me levar.

Atento

Às vezes eu acerto, Naquilo que quero dizer. Nem sempre encontro as palavras,  Que me ajudam a compreender.  Mas eu me expresso,  E me exponho,  Quase sem me entender.  Processo os fatos, Cada acontecimento. Faço dos meus atos, Um entretenimento.  Quero gritar,  E me fazer ser ouvido, Mesmo que não faça sentido,  Preciso ser compreendido. Para que de alguma forma me sinta completo,  Ou parcialmente preenchido.  E não passar despercebido, Sendo um tanto exibido.  Sem causar muito desconforto,  Pois  para os incomodados, Pretendo ser esquecido. E assim deixar de ser alvo, Um ponto de atenção.  E permanecer sempre salvo, Longe de confusão. 

Palavra

Minha existência foi uma grande batalha,  Pisei em campo minado, Me escondi e corri. Hoje me encontro exausto,  Como um soldado de guerra, Que pela vida lutou. Mantive-me sempre atento, Para não ser alvo fácil, Não ser a mira do tiro. Onde busquei um conforto, Eu encontrei o confronto, Que me dizimou por inteiro. Já passei perto da morte, Talvez seja por sorte, Eu escapei por completo. Todos mentimos um pouco, E nos fazemos de mortos, Para sobreviver. Sou um amigo da sorte, Eu me esquivei,  Eu fui forte, E quero permanecer.  Com a cabeça erguida, Quero encontrar a guarida,  Que me ajudará a vencer.

Mazela

Gostaria de ter as soluções para todos os problemas,  As respostas para todas as questões,  Ter alegria para distribuir,  Alcançar todos os corações. Ser berço,  Acalento, Teto acolhedor no dia frio de chuva. Queria ser blusa, Calçado,  Ou apenas um par de meias.  Ser alimento, Naquele momento em que o estômago grita, Que a criança chora,  E que a mãe em sua pouca fé ora, Pois é tudo o que lhe resta. Ser a canoa, A isca e o peixe. Ser o feixe de lenha, E a chama para aquecer. Ser um pouco de esperança,  O porto seguro, A confiança. Mas sou apenas desejo, Que no meio de tudo, Sou insignificância. Que observa e compreende, As mais tristes mazelas, Que embora seja solidário, Não sabe o que fazer com ela.

Amizade

Quando penso em amizade,  Penso nas de mentira, Penso nas de verdade. Lembro de vários sorrisos, Lembro de alguns com muita saudade. Penso que o tempo é curto, Que os encontros são escassos, Que existem várias distâncias, E que algumas delas são eventualidades.  Planejamos muito, Executamos pouco, Não encontramos tempo, E assim nos distanciamos. Penso na casa cheia, Vendo a casa vazia, Que trazia aconchego, Hoje pouca alegria. Mas que a gente não esquece, Daqueles de imensa importância,  Que carregamos no peito, E levaremos para a vida... Seja longa, Ou seja curta, Será sempre eterna.

Onde o rio passar

Eu quero estar onde o rio passar, Para que suas águas por completo me lave, Que me leve. E carregue consigo a tristeza e a dor, Trazendo a cura para a alma que chora. Que o mover das suas águas me sacuda por dentro, E acorde meu espírito que dorme. Sacie minha sede, Faça-me forte para enfrentar a batalha. Eu quero estar onde o rio passar, Para me assentar em suas margens e o contemplar. E olhar bem ao fundo, Para encontrar o mais profundos dos sentimentos de dor, E como uma pedra envolvida em seu leito, Arrancá-la de dentro do meu coração. Eu quero estar onde o rio passar, E assim caminhar ao encontro da fonte. Onde brotam as águas que lavam essa alma abatida. Que me acalme por dentro, Pois onde passa o rio não há sequidão, Tudo se transforma e vive, Nada perece. E mergulhar... Deixar-me levar pela força da água, E por onde o rio passar contemplar suas obras. Descobrir seu percurso, Na busca de um novo caminho para seguir, E viver. 25/07/06