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Mostrando postagens de novembro, 2025

Melodia

Ouço o que a música quer me dizer, dizeraudível para o meu coração. Cada nota, cada estrofe e compasso, sacode meu espírito e me lan4ça a um estado que nem sempre consigo . Percebo que há em mim algo enraizado, um desejo incontrolável de transpor barreiras. E a alma, ainda aprisionada, entende, a cada instante em que a canção ressoa, que eu deveria estar em outro lugar. Que não é aqui. Talvez nem seja ali. Talvez seja no solitário entendimento do lugar ao qual eu realmente deveria pertencer.

Inesperado

Estar entre os jovens é rejuvenescer, mesmo que por alguns instantes. Receber um convite inesperado é um pouco intrigante, porém aconchegante. Os sentimentos se mesclam, numa mistura desordenada, onde o inesperado se encontra com o desejado. Se eu não me encontro, me encaixo — na medida do impossível. Aconteceu sem ser previamente combinado. Viemos. Chegamos. Nos reunimos. Embora o contexto seja algo fora de qualquer texto previamente escrito, acredito que o acaso não se monta: ele se junta e apronta o irreconhecível. O que dará isso tudo? Somente o final das contas contabilizará. Se valerá a pena? Já valeu. O resto será apenas um exemplo de como a vida surpreende nos mais simples lugares em que você decide adentrar.

Colagem

Então, você se olha no espelho. A imagem que reflete revela o caos. Tudo aquilo que o coletivo imaginou era — de fato — a mais real das realidades. Tudo o que ignorei, sem compreender que era mais que toda verdade, nua e crua — como o cardápio posto à mesa que ninguém irá saborear. É isso o que sinto agora: cheio de desprezo, cheio de demora. Algo que nem eu mesmo posso compreender.

Reconstrução

Há uma vida para a qual não podemos mais voltar. Para onde iremos, então? Ao olharmos o passado, ele é sempre redesenhado. O observamos com ternura, outras vezes com remorso. Mas o que são os nossos dias, além de reconstruções e interpretações? Onde estão os punidos e os justificados? O que fazer com as memórias — essas que nos impulsionam a continuar ou nos empurram em um abismo, tirando-nos o chão? O que fazer da consciência, essa inconsistência que nos aflige e tira a direção? Como nos nortear, se a vida é um jogo onde as cartas são dadas de maneira aleatória? O que fazer com a sorte, se ela exige habilidade para sobrevivermos sem desistir da rodada?