Reconstrução

Há uma vida para a qual não podemos mais voltar.
Para onde iremos, então?

Ao olharmos o passado,
ele é sempre redesenhado.
O observamos com ternura,
outras vezes com remorso.

Mas o que são os nossos dias,
além de reconstruções e interpretações?
Onde estão os punidos e os justificados?

O que fazer com as memórias —
essas que nos impulsionam a continuar
ou nos empurram em um abismo,
tirando-nos o chão?

O que fazer da consciência,
essa inconsistência que nos aflige
e tira a direção?

Como nos nortear,
se a vida é um jogo
onde as cartas são dadas de maneira aleatória?

O que fazer com a sorte,
se ela exige habilidade
para sobrevivermos
sem desistir da rodada?

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