Estagnado


Não faço questão
de dar aos suínos a minha riqueza.
Nem mesmo eu a reconheço...
Quem, então, dará valor?
Você!?
Que nem reconhece a profundidade do seu umbigo.

Você, que não soube separar,
desligar-se de toda dependência
que escraviza,
que cega...

E eu, que não tirei as travas dos meus olhos,
vejo o quanto estamos todos privados
de contemplar qualquer horizonte.

Olho para frente,
não percebo os arredores —
e, dessa forma,
não me concentro nos detalhes.

Nem sempre os detalhes devem ser percebidos:
podem assustar.
Podem mostrar
aquilo que a verdade insiste em revelar.

Por isso,
às vezes —
nem sempre —
é melhor se estagnar.

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