Chuva

¿Qué haces acá?
Este é sempre,
sempre,
o mesmo questionamento.
Eu me vejo em esquinas,
sempre,
sempre em novas
e conhecidas esquinas.
Esquinas da vida,
a curva da enxurrada,
onde somente se enroscam
os destroços.
Eu sempre me vejo içado.
E não me reconheço
como o tal.
Mas permaneço.
Mesmo sem nome,
sem identidade,
fico na esquina.
Se não sei quem sou,
sei ao menos
que não fui levado
pela enxurrada.
Permaneço a esperar,
onde esse dilúvio me empurrará.
Se é que a chuva um dia irá chegar.

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