Golias
Ouvi um som diferente do habitual,
não era cachorro,
nem era gato.
Talvez um gafanhoto,
que as asas tentou levantar.
Ou talvez uma ida ao banheiro
que, no meu estridente silêncio,
fez-se despertar.
Na camada da noite,
cada silêncio é um movimento
que chama atenção,
mesmo com os dedos se descoordenando pelo chão
para ruído não fazer.
E eu incluo o garfo,
o ruído do pão torrado,
e da discreta mordida
que não pode deixar dentes bater.
Pois seu ranger
pode acordar o Golias.
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