Chuva
¿Qué haces acá? Este é sempre, sempre, o mesmo questionamento. Eu me vejo em esquinas, sempre, sempre em novas e conhecidas esquinas. Esquinas da vida, a curva da enxurrada, onde somente se enroscam os destroços. Eu sempre me vejo içado. E não me reconheço como o tal. Mas permaneço. Mesmo sem nome, sem identidade, fico na esquina. Se não sei quem sou, sei ao menos que não fui levado pela enxurrada. Permaneço a esperar, onde esse dilúvio me empurrará. Se é que a chuva um dia irá chegar.