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Celebração

Na celebração da soma, Sentimentos que dividem. Na comemoração do orgulho, O medo de ser o que se é Se encontra enraizado. Mas isso é o que somos — Gostemos ou não. Rumo ao desaparecimento, No esquecimento daqueles que mais importam, Que não se importam, Ou apenas se distraem Na correria do dia a dia. Tão breve, tão bela, Tão consistente e inquieta, Que causa certa acomodação: A vida, a soma, os anos. Então, não saímos do lugar. Esperamos alcançar O inatingível... E no coração, um misto De agradecimentos, De grandes revoltas, Com um gosto de solidão Que se multiplica entre o povo, Que transparece na multidão. Rever o roteiro, Reescrever a história — É isso o que nos cobram. E permanecemos em dívida, Com o passado que nos pesa, E o futuro que não chega.

Produto

Dentro dessa minha mente, tão abrangente, tão contingente, existe um pequeno espaço que abriga um universo, que se resume em um afeto, ou à falta dele. Tenho tanta coisa pra contar, tanto assunto para se questionar, mas nada se alcança nas palavras. Pois o pensamento é vasto, o raciocínio, ilógico, e, quando queremos contextualizar, faltam-nos sinônimos. E o que é a palavra, além de uma dimensão contida? É aquilo que pode ser, e em seguida se expandir, e ninguém mais compreender, ou apenas tecer uma nova vertente sobre a sua exatidão, que pode ser resposta, pergunta ou anedota, que poucos irão compreender, outros irão supor, o restante nem se importará. Pois estamos dispersos e conectados. Somos diversos, não somos diversificados. Tentam nos unificar em uma ideia em que sua opinião importa, mas nunca será ouvida, nem compreendida. Pois essa ideia nunca foi sua. Sempre foi algo plantado.

Decadência

Quero falar sobre decadência.  Nem sei por onde começar... São tantas vertentes, Estrelas decadentes, Que não sabem onde podem pousar. Ouço inúmeras histórias, Moldadas na concepção do outro, De qualquer outro querer.  Falo sobre coletividade.  Que impor uma verdade Aquela que você deve seguir.  Para ser aceito, Nunca o autêntico,  Apenas para se Encaixar . Tudo isso que tenta nos engrandecer,  Nos diminui, Não engrandece.  Faz de nós apenas escravos. Do querer do que onoutro quer,  Ou dita como realidade, Que não devemos ceder, Pois não nos convencer Que devemoe ser  Aquilo que o outro quer 

Pronúncia

Eu falo das intercorrenias  Das verdades não ditas, A falta de inoceb. Falo dos desaforos,  Deserto deixando de lado, De não ser importância.  Mesmo desacreditado,  Acreditava. Mas era uma cilada, Que me convenci a me atirar. Hoje me encontro no foco. No oco do eco  Que ninguém quis escutar  Agora é silêncio,  Uma forma de lamento  Que eu não ouso pronunciar. 

talvez

Talvez,  Tem tanta significância.  Talvez seja nada, Seja tudo.  Seja eu... Seja ignorância.  Ua palavra mal dita,  Uma esperança.  Ou seja apenas insignificancia. Hoje eu errei.  Mas foi tão significativo,  Que eu pense que hoje eu acertei. Mas.nao.me engano, Pois os valores que até hoje conquistei,  Tudo foi jogo ralo. E é tão profundo,  O abismo em que me encontrei. Pois eu não me achei. E.o que soprou   Foi apenas eu. Meus sentimentos,  Todo esse desejo  Que me desequilibrou, E de alguma forma,  Me manteve em pé,  Pois foi o que me restou, A Humilhação.  Sem Humilhação  Onde escondo a verdade  Para aue a dignidade sea fruto E não algo abstrato 

Estagnado

Não faço questão de dar aos suínos a minha riqueza. Nem mesmo eu a reconheço... Quem, então, dará valor? Você!? Que nem reconhece a profundidade do seu umbigo. Você, que não soube separar, desligar-se de toda dependência que escraviza, que cega... E eu, que não tirei as travas dos meus olhos, vejo o quanto estamos todos privados de contemplar qualquer horizonte. Olho para frente, não percebo os arredores — e, dessa forma, não me concentro nos detalhes. Nem sempre os detalhes devem ser percebidos: podem assustar. Podem mostrar aquilo que a verdade insiste em revelar. Por isso, às vezes — nem sempre — é melhor se estagnar.

Diferente

Tem coisas que me agradam, Algumas coisas me chateiam. Na maioria das vezes, me sinto satisfeito. Hoje não foi diferente. Foi igual ao convencional. Eu me alegrei, Mas o cotidiano me insatisfez. Já estava preparado, Mas o esperado, muitas vezes, surpreende. Encontro-me um tanto saudoso, Receoso em percorrer velhos caminhos. Tenho reescrito histórias, Tentando transformar em memórias Histórias que cabem em um livro, Que, possivelmente, ninguém lerá. Mas guardarei junto ao peito, Porque eu tenho respeito Por tudo aquilo que já me acompanhou. Tem o peso da culpa, Tem a dor da saudade, Tem até os acasos da vida, Que me feriram e me fortaleceram, E me transformaram em tudo o que sou. O que sou eu agora? Sou vivência? Sou história? Ou sou uma soma de erros, Onde nem todos foram meus? Mas eu absorvi. E compreendi que esse peso é culpa Que nem deveria ser minha, Mas carrego lá no fundo, No inconsciente. Que, embora vago, Vaga dentro do meu coração.

Roto

É constante... Sentimos um certo desconforto, Um aperto no peito, Como se fosse uma saudade, Falta daquilo que não conhecemos, Que ainda não vivemos, Mas reconhecemos o cheiro... Mas que se encontra tão longe, Uma distância que incomoda, Mas também alivia, Pois não é concreto, Não é desejo, Nem é verdade. Essa inconstância, Que parece incerteza, Levanta muitas questões. Faz com que reflitamos sobre quem somos, Sobre os passos que andamos, Os caminhos que percorremos, Os destinos que alcançamos. Pois chegar nunca é descanso. Chegar é apenas uma parada, Para que tracemos um novo plano. Pois a rota é rota, E quando chegamos, percebemos: deveríamos estar em outro lugar. Ou que talvez nem haja esse novo lugar.

esquecimento

As vezes oque eu mais preciso é do esquecimento,  Mais que de qualquer momento   Pa5a que dentro de mim haja apenas um  momento,  O do esquecimento.. É o que as vezes eu penso...

Carregar

 Eu também estou planejando a volta. Esse processo de voltar causa incômodo. A vida corre e foge dos nossos planos... Ou afugenta nossos planos. Por sorte, tive esse delicioso dia de chuva para me preparar para o retorno. A culpa me chama a atenção. Culpa é resultado de algo plantado, planejado ou não. Muito interessante isso: Carregar é opção. Carregar é escravidão.

Um papo com Caio

  O belo da poesia é quando ela transpassa o abstrato das almas. Culpa é o fruto de algo plantado — planejado ou não. Muito louco isso... Carregar é opção ou escravidão. Ou talvez uma falta de habilidades, rsrs. E como adquirir? Acho que vou buscar terapia. O que você acha? Acho essencial... embora eu ainda tenha meus preconceitos. Você já fez? Sem nexo o que falei... Tenho curiosidade, mas nunca fiz. Tem nexo, sim. Os terapeutas que conheço são mais loucos que eu. Kkkkk... tem isso, né? Além de ser caro, tem que ser o profissional certo. É preciso encontrar algo que nos ajude a seguir na direção... mas qual direção devemos tomar? Quem vai decidir? Isso, nós mesmos, né? Que saudade, meu amigo. Tempão, hein? Continue mandando seus textos. Às vezes, um bom papo com um amigo nos leva a direções incorrigíveis... Que nos desorientam — e nos reorientam. Pois o caminho é nosso, e não do outro. Viajei?! A vida é, senão isso: desorientar-se e reorientar-se. Quem ob...

Culpa

Culpa é um resultado de algo plantado, planejado ou não. Que ocupa espaços, dilacera coração. Muito louco isso... Carregar é opção ou escravidão. Ou um fato do acaso, que lhe escolhe no aleatório, e lhe arranca a razão, para que você apenas se curve, e ofereça atenção, que lhe desvia dos fatos, e que lhe borde no chão. Pra que você, quase sem perceber, passe a caminhar pesado, olhando mais pro próprio erro do que pro próprio caminho. E assim, segue... tentando entender se essa culpa te escolheu... ou se, sem querer, foi você quem escolheu. 

Onde está o Dê agora? Já faz trinta,  Talvez menos, Possibilidade de ter sido mais. Parece que foi hoje.  Mas foi ontem.  Nem me lembro mais. Meus planos. Nem sei quais eram deles Mas foram meus... Nenhum deles foram sues. Foi tudo tão pessoa Que existiu apenas para mim. Estou indo embora,  Voltarei,  não sei.  Mas seu que,  Jamais esquecerei. E eu sei que você jamais esquecerá,  Pois vi indícios,  Das coisas que o tempo,  não poderá jamais apagar Pois eu guardo comigo,  e de dentro do me peito,  Não há como resgatar.

Gestão

Fui sequestrado. Ninguém sentiu minha falta, ninguém me procurou, muito menos me encontrou. Um sequestro silencioso que aos poucos me consome, que me lança no vazio daqueles que jamais perceberam meu passo. Já não me vejo em nenhum lugar. Tudo se apagou a ponto de eu mesmo desaparecer. E quando busco em mim algum traço, algum sinal - só encontro o eco de uma ausência que nem a mim  convence, pois até meu silencioso se esqueceu de mim.

Litoral

Eu ouço a voz do vento, cada sussurro seu me desperta. Sei que falar de saudades não é mais novidade, mas eu a sinto — mesmo distante — como o horizonte que me guiava. Nos guiava, naquela direção. Dentro de mim há você. Somos dois, éramos nós, que talvez o tempo tenha desviado. Coincidência, ou acaso, beijos na areia, erros do descaso. E eu vejo  na folha, na relva, e no ar. E me entrego àquela tola solidão, que já era passado, mas agora é ocasião, cheia de oportunidades, cheia de pretensão. E eu fiquei bem, eu estou bem. Espero que você também esteja, pois lhe quero muito bem.

Jogo

A gente tem que se encontrar, mais perdido do que me encontro, já não há como ficar. Eu permaneço, sempre naquele mesmo lugar que escolhi, e não consigo escapar. Já escalei, até buraco cavei, mas não tive chance de me esquivar. Estou aqui. não reconheço este lugar. Estou cercado, rodeado e confuso. atordoado com toda essa agitação que não aquece os meus sentidos, não refrigera a sola dos meus pés - que vivem quentes, adormecidos, cheios de calos pelos caminhos que nem foram percorridos. Pois o desejado, sem ação, permanece parado. obsoleto, envolto em desejos que nunca se concretizarão. Pois a solidão, no meio do povo, é uma longa estação que não se finda, para dar margem a outras possibilidades. E eu me cansei.